terça-feira, 31 de março de 2015

Rita Mourão e os poemas classificados

Boas notícias de Rita Mourão

Olá
Aqui estão dois poemas meus que foram classificados em um concurso em Saquarema RJ. Eles me enviaram  o resultado e está na minha página  do FACE. A entrega dos prêmios será em maio. DISFARCES pegou o segundo lugar e TERRA MINHA o quinto. Foram cinco premiados em poemas livres e cinco em poemas metrificados. ABRAÇO, RITA

                                TERRA MINHA  2
Este meu jeito de engaiolar lembranças
é para guardar um punhado da Terra em que nasci.
É a maneira de reduzir meu isolamento rodeado de distâncias.
Todas as manhãs meus ouvidos varam os confins do passado
e ouvem um passaredo barulhando dentro de mim.
Aí, eu me encanto com o encantamento que tem gosto de barulhar.
Coisas de alumbramentos, renovo de poeta para encurtar lonjuras.
Lá o amanhecer põe glorias nos horizontes
que do lado de cá, só enxergo no pensar.
Ali também ficou meu despropósito de corça
correndo lampeira, relvada de capim gordura,
desapegada de medos e futuros.
Os medos acordaram e até botaram trancas em meus sonhos.
Perdi o gosto de gostar.
Gostar é correr livre, ser rio descompromissado
derramando levezas sobre o corpo da Terra amante.
Isso já não sou.  Hoje quem me relva é a saudade.
Saudade de você Terra minha, berço de renomados estadistas,
JK, Tancredo e tantos outros que não tiveram medo de se exercer.
Oh, Minas Gerais, quem nasce em suas paisagens assina contrato de fidelidade,
 carrega no peito seus aconselhamentos  e a bravura de seus heróis.
Boa Terra, sou cria do seu sertão.
O seu chão me fez árvore, me enraizou e os pássaros ainda em mim  gorjeiam
Mas a distância me corrói e me soma para menos


           DISFARCES
                      

Reinvento-me para fugir de uma angústia flácida,
velha angústia que se fez platônica
e deixou n’alma uma ferida crônica,
um não sei quê de uma dor semântica.

Invento auroras se a noite é sólida,
se a solidão acena e o silêncio é frêmito.
Invento trilhas pra minha alma em trânsito
se a chuva  cai e me  impede o tráfego.

Engulo seco e contenho as lágrimas,
reinvento  passos se o andar é trôpego,
pinto  as faces e disfarço o pálido
engano, o tempo que me bebe sôfrego.

Faço da vida o meu tema  clássico
sou a invenção de um poeta cômico.
Faço das letras um poema bêbado
que impulsiona o meu corpo em êxodo.

Sou a vítima, sou disfarce, sou inquérito.
Sou a vida questionada nas linhas do pretérito.
             




Nenhum comentário:

Postar um comentário