O menino
Ele veio chegando devagar...
Devagar como a brisa de outono
que aos poucos e com carinho
vai carregando a pétala desprendida
da rosa perfumada...
Ele veio chegando devagar...
Devagar como o lírio que
cresce
no meio do espinheiro e solta
a primeira flor na primavera...
Ele veio chegando devagar...
Devagar como o raio de sol
no meio das nuvens nebulosas
em plena estação das chuvas...
Ele veio chegando devagar...
Devagar como a rosa que
apura seu perfume
para inebriar o mundo,
ao desabrochar...
Ele veio chegando devagar...
Devagar como o sorriso da
criança
saciada após o choro da fome
que lhe corroia as entranhas...
Ele veio chegando devagar...
Devagar como o menino maroto
que quer pegar o brigadeiro
para saciar seus olhos e seu
estômago,
Sem que ninguém o veja...
Ele veio chegando devagar...
Chegando devagar, iluminado
pela estrela que lhe mostrava
O caminho da glória...
Ele veio chegando devagar...
Devagar deitou-se na
manjedoura,
A seguir pegou o cetro do
Reino Eterno para o mundo ajudar...
Ele aqui está agindo
devagar...
Devagar e sempre para não
assustar os de coração duro,
de falta de amor e de boa vontade...
Ele aqui permanecerá...
Permanecerá pelo tempo
necessário,
enquanto houver pessoas
que tentam ignorá-lo e
apagar-lhe
o sorriso de criança,
mas Ele aqui permanecerá...
Nelson Jacintho
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