Audálio Dantas recebe
troféu Juca Pato neste dia 18/11
Autor do livro “As duas
guerras de Vlado” recebe o troféu, como Intelectual do Ano de 2012 da UBE –
União Brasileira de Escritores, no Memorial da América Latina.
Andou bem
a UBE – União Brasileira de Escritores, ao indicar o nome de Audálio Dantas
para o prêmio Intelectual do Ano, no mês de julho de 2013. A entidade foi a
primeira a assegurar reconhecimento ao jornalista e escritor que, pelo mesmo
livro (“As duas guerras de Vlado”), recebeu também o Prêmio Jabuti, da Câmara
Brasileira do Livro, na categoria Reportagem.
Embora
Audálio Dantas tenha sido candidato único ao prêmio Intelectual do Ano, o
presidente da UBE, Joaquim Maria Botelho, abriu votação para que o nome do
escritor indicado fosse chancelado para a homenagem. Foram 1.325 manifestações,
um volume consistente que o coloca na lista dos mais votados na história de 51
anos do troféu Juca Pato.
O troféu – Juca Pato, personagem idealizado pelo cartunista
Belmonte, era o herói de tiras de quadrinhos publicadas no jornal Folha de S.
Paulo, nas décadas de 1930 a 1960. Simbolizava o homem de classe média, de
olhar crítico e inteligência aguda, que desancava os poderes e aguilhoava os
malfeitos das autoridades. Belmonte, em razão do espírito contestador do seu
personagem, foi proibido de entrar na Alemanha de Hitler, tendo sido
considerado persona non grata, antes mesmo de deflagrada a Segunda Grande
Guerra. Marcos Rey, diretor da UBE em 1961, propôs a instituição do prêmio Intelectual do Ano, criando o troféu Juca Pato para
simbolizar o escritor brasileiro, mal pago e inconformado, embora
insistentemente produtivo.
A cerimônia – Audálio Dantas receberá o troféu Juca Pato das mãos de Ricardo
Gouveia, filho da escritora Tatiana Belinky, vencedora da edição anterior do
prêmio Intelectual do Ano da UBE e recentemente falecida. A cerimônia será realizada
no Auditório Simon Bolívar, do Memorial da América Latina, no dia 18 de
novembro, às 20 horas. A entrada é aberta e franca.
Serviço:
Cerimônia de entrega do Troféu Juca Pato
Memorial da América Latina
Auditório Simon Bolívar
18/11/2013, às 20 horas
Endereço: Av. Auro Soares
de Moura Andrade, 664
Telefone (11) 3823-4600
Entrada franca pelo portão
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Estacionamento pelo portão
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O homenageado – Audálio Dantas é um dos mais consagrados
jornalistas brasileiros. Presidia o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do
Estado de São Paulo quando Vlado Herzog foi assassinado em 1975, e promoveu uma
mobilização nacional que representou o ponto de partida para a reconquista das
liberdades democráticas no Brasil. Na sua história profissional, atuou nas
principais publicações do país, como a Folha de S.Paulo, as revistas O
Cruzeiro (redator e chefe de redação), Quatro Rodas (editor de turismo e
redator-chefe), Manchete (chefe de reportagem) e Realidade (redator e editor).
Também escr itor, tem vários livros publicados, entre os quais O Circo do Desespero (Editora, Símbolo, 1976), Repórteres (Editora Senac, 1997), O Chão de Graciliano (Editora Tempo D’Imagem, 2007), além da série
infanto-juvenil A infância (Graciliano Ramos - prêmio
da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil –, Maurício de Sousa, Ruth
Rocha e Ziraldo). Lançou em 2009 O menino Lula– A história do pequeno retirante que
chegou à Presidência da República (Ediouro). Recebeu o Prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de
Arte) de 2007, pelo livro O Chão de Graciliano.
Eleito
deputado federal em 1978, foi considerado em várias pesquisas como um dos dez
mais atuantes parlamentares brasileiros. Recebeu na ONU, em 1982, um prêmio por
sua atuação em defesa dos Direitos Humanos.
Entre
outros, exerceu os cargos de presidente da Imprensa Oficial do Estado de São
Paulo e do Conselho Curador da Fundação Casper Libero, vice-presidente da Associação
Brasileira de Imprensa e conselheiro da UBE – União Brasileira de Escritores.
Dirige a
revista "Negócios da Comunicação", e a empresa Audálio Dantas
Comunicação e Projetos Culturais. Autor dos projetos e da curadoria das
exposições "100 Anos de Cordel" (Sesc Pompéia, 2001), "O Chão de
Graciliano" (São Paulo, Fortaleza, Recife, Maceió e Araraquara) e "Na
Terra de Macunaíma", Araraquara, Santos, Santo André). É o organizador do
Salão Nacional do Jornalista Escritor (evento realizado em duas edições, sempre
no Memorial da América Latina, a primeira em 2007 e a segunda em 2013).
Quem já venceu – O Prêmio Intelectual do Ano, da UBE – União
Brasileira de Escritores, é entregue anualmente a personalidade que, pela via
do livro, tenha apresentado tema para debate e reflexão que alcançou
repercussão nacional. O troféu Juca Pato, que simboliza o prêmio, é entregue ao
candidato eleito no ano posterior ao do lançamento do livro.
Assim, em
1962, Santiago Dantas recebeu o prêmio referente ao livro “Política Exterior
Independente”, que publicou em 1961. Em 1963, Afonso Schmidt recebeu o prêmio
pelo livro “Tempo das águas”, de 1962. Na sequência,
1964,
Alceu Amoroso Lima “Revolução, Reação e Reforma”
1965,
Cassiano Ricardo, “Poemas Escolhidos”
1966,
Caio Prado Jr., “A Revolução Brasileira”
1967,
Érico Veríssimo, “O Prisioneiro”
1968,
Menotti Del Picchia, “Deus sem Rosto”
1969,
Jorge Amado, “Tenda dos Milagres”
1970,
Pedro A. O. Ribeiro Neto, “Pastor do Tédio”
1971,
Josué Montello, “Cais da Sagração”
1972,
Cândido Mota Filho, “Contagem Regressiva”
1973,
Afonso Arinos M. Franco, “Rodrigues Alves, Vida e Obra”
1974,
Raimundo Magalhães Jr., “Olavo Bilac e sua Época”
1975,
Juscelino Kubitschek, “Meu Caminho para Brasília”
1976,
José Américo de Almeida, “Antes que me esqueça”
1977,
Luís da Câmara Cascudo, “O Príncipe Maximiliano no Brasil”
1978,
Sobral Pinto, “Lições de Liberdade”,
1979,
Sérgio Buarque de Hollanda, “Tentativas de Mitologia”
1980,
Dalmo de Abreu Dallari, “Futuro do Estado”
1981,
Paulo Bomfim , “Praia de Sonetos”
1982,
Carlos Drummond de Andrade, “A Lição do amigo”
1983,
Cora Coralina, “Vintém de Cobres – Poemas de Goiás”
1984,
Fernando Henrique Cardoso, Lançamento na França de “Les Idées à leur Place”
1985,
Frei Beto, “Fidel e a Religião”
1986,
Antonio Callado, “O amor nos tempos de cólera”
1987,
Abguar Bastos, “Pantofagia ou Estranhas Práticas Alimentares na Selva”
1988,
Barbosa Lima Sobrinho, “O Problema da Imprensa”
1989, D.
Paulo Evaristo Arns, “Clamor do Povo pela Paz”
1990,
Ledo Ivo, “Crepúsculo Civil”
1991,
Fábio Lucas, “Mineiranças e Fontes Literárias Portuguesas”
1992,
Raquel de Queiroz, “Memorial de Maria Moura”
1993/1994
– Não houve concurso em razão da perda da sede da UBE
1995,
Marcos Rey, “ Os Crimes do Olho de
Boi”
1996,
Luís Fernando Veríssimo, “Novas Comédias da Vida Privada”
1997,
Sábato Magaldi, “Panorama do Teatro Brasileiro”
1998,
José Mindlin, “Uma Vida Entre Livros”
1999,
Jacob Gorender, “Marxismo sem Utopia”
2000,
Otávio Ianni, “Enigmas da Modernidade”
2001,
Salim Miguel, “Eu e os Corroiras”
2002,
Gilberto Mendonça Telles, “Contramargem”
2003,
Alberto Costa e Silva, “Um Rio Chamado Atlântico”
2004,
Luiz Gonzaga Beluzzo, “Ensaios sobre Capitalismo”
2005,
Luiz A. Moniz Bandeira, “Formação do Império Americano”
2006,
Samuel Pinheiro Guimarães, “Desafio Brasileiro”
2007,
Antonio Cândido, “Um Funcionário da Monarquia”
2008,
Lygia Fagundes Telles, “Conspiração das Nuvens”
2009 –
não houve entrega do prêmio
2010,
Aziz Ab’Sáber, pelo conjunto da obra
2011,
Tatiana Belinky, pelo conjunto da obra
2012,
Audálio Dantas, “As duas guerras de Vlado”
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