Olá
Aqui estão dois poemas meus que foram classificados em um concurso em Saquarema RJ. Eles me enviaram o resultado e está na minha página do FACE. A entrega dos prêmios será em maio. DISFARCES pegou o segundo lugar e TERRA MINHA o quinto. Foram cinco premiados em poemas livres e cinco em poemas metrificados. ABRAÇO, RITA
TERRA
MINHA 2
Este meu jeito de engaiolar lembranças
é para guardar um punhado da Terra em que nasci.
É a maneira de reduzir meu isolamento rodeado de distâncias.
Todas as manhãs meus ouvidos varam os confins do passado
e ouvem um passaredo barulhando dentro de mim.
Aí, eu me encanto com o encantamento que tem gosto de
barulhar.
Coisas de alumbramentos, renovo de poeta para encurtar
lonjuras.
Lá o amanhecer põe glorias nos horizontes
que do lado de cá, só enxergo no pensar.
Ali também ficou meu despropósito de corça
correndo lampeira, relvada de capim gordura,
desapegada de medos e futuros.
Os medos acordaram e até botaram trancas em meus sonhos.
Perdi o gosto de gostar.
Gostar é correr livre, ser rio descompromissado
derramando levezas sobre o corpo da Terra amante.
Isso já não sou. Hoje
quem me relva é a saudade.
Saudade de você Terra minha, berço de renomados estadistas,
JK, Tancredo e tantos outros que não tiveram medo de se
exercer.
carrega no peito seus
aconselhamentos e a bravura de seus
heróis.
Boa Terra, sou cria do seu sertão.
O seu chão me fez árvore, me enraizou e os pássaros ainda em
mim gorjeiam
Mas a distância me corrói e me soma para menos
Reinvento-me
para fugir de uma angústia flácida,
velha
angústia que se fez platônica
e
deixou n’alma uma ferida crônica,
um
não sei quê de uma dor semântica.
Invento
auroras se a noite é sólida,
se a
solidão acena e o silêncio é frêmito.
Invento
trilhas pra minha alma em trânsito
se a
chuva cai e me impede o tráfego.
Engulo
seco e contenho as lágrimas,
reinvento passos se o andar é trôpego,
pinto as faces e disfarço o pálido
engano,
o tempo que me bebe sôfrego.
Faço
da vida o meu tema clássico
sou
a invenção de um poeta cômico.
Faço
das letras um poema bêbado
que
impulsiona o meu corpo em êxodo.
Sou
a vítima, sou disfarce, sou inquérito.
Sou
a vida questionada nas linhas do pretérito.
Nenhum comentário:
Postar um comentário